Lilly Farias
Digo adeus pela segunda vez. Longos anos de distância e breves instantes de felicidade.
Foram usadas algumas desculpas para não viver e há covardia demais para tentar, enquanto lá fora continua chovendo. Conseguimos provar que o tempo não muda muito a natureza das coisas.
Fiz um poema visual. Várias partes do teu rosto, sempre tão fragmentadas. Fragmentadas como esses anos, fragmentadas como o teu silêncio e como as lembranças que eu guardo dos teus olhos, do timbre da tua voz e dos teus cabelos que têm a cor do sol da manhã de maio.
Eu não lembro quando você chegou, parece ter estado sempre presente em algum lugar discreto da minha história. E agora surgiu iluminando e tomando todo o espaço das imagens cotidianas. Uma luz que deixa todo o resto da paisagem desfocada.
Agora que você foi embora mais uma vez, a janela está aberta e o vento deixa o ar com cheiro de lírios do campo. Eu deixo os sentimentos antigos guardados e espero pela sua volta daqui a mais alguns anos.
0 Responses

Postar um comentário