Lilly Farias
Quando eu o vi pela primeira vez, achei que ele se parecia com o ator que interpretava o Cazuza em um filme. E ele era inteligente e extremamente instigante.
E ele veio... a gente se perdia, se encontrava e se distanciava outra vez.
Quando eu estava perto dele, por vezes me cansava... e quando estava longe sentia falta de mim mesma.
Em dias frios e de um cinza triste, nós nos sentávamos na nossa antiga escadaria distante do resto do mundo, de frente para as melancólicas árvores mortas, bebíamos o nosso vinho barato e falávamos sobre a falta de sentido das palavras. Com ele, eu me sentia perto de um universo que agora me falta. Me falta uma parte de mim, uma parte que se perdeu.
Agora eu volto ao nosso sombrio lugar deserto. Eu me sento sem ninguém. É aqui que eu sinto a dor intragável da saudade, que nem o vinho e nem os milhares de cigarros conseguem acalmar. Nenhuma filosofia e nem todas as filosofias juntas serão capazes de substituir a falta de um filósofo.
2 Responses
  1. Unknown Says:

    Porra, que bonito. Se não a melhor, é das melhores coisas que já postou aqui.


  2. Sr. Caos Says:

    A melancolia é um estado curioso. Quase entendo o seu texto e quase sinto algo assim...


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